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Casos de HIV/aids aumentarão entre o público da terceira idade

Médico alerta que, em2015, 50% dos pacientes portadores da aids deverão ser pessoas com mais de 50 anos

Publicada em 20/11/10

Divulgação

Comportamento: A retomada da vida sexual e a falta de prevenção na terceira idade acabaram abrindo as portas para a contaminação

Larissa Almeida
Da reportagem local

Quando se fala no vírus HIV logo se pensa em jovens que deixam de se prevenir nas relações sexuais, mas, atualmente, a realidade é diferente. Mesmo que indivíduos a partir dos 20 anos ainda sejam a primeira faixa etária com mais casos da doença, a situação agora atinge também a terceira idade, que representa o segundo grupo com mais casos. De acordo com o médico infectologista e professor de medicina da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) Jean Gorinchteyn, no ano de 2015, cerca de 50% dos pacientes soros positivos devem ser pessoas com mais de 50 anos.

O médico explica que até o ano de 2002, existiam 17 pacientes de HIV para 100 mil habitantes, mas essa realidade começou a mudar logo em seguida, quando foi registrado um aumento significativo de 40% de portadores da doença. Segundo o infectologista, é importante que as pessoas comecem a se conscientizar, principalmente os mais velhos, que contribuíram para o crescimento no número de casos.

Gorinchteyn conta que a terceira idade passou a integrar esse quadro alarmante da realidade da aids no Brasil por diversos fatores. Um deles é o fato de que não são feitas muitas campanhas para este público e quando é passado algum informativo ele não é muito eficaz, já que, para o médico, as pessoas com mais de 50 anos acabam não se identificando, por exemplo, com as propagandas veiculadas.

Questionado sobre as campanhas elaboradas, inclusive do ano passado, pelo Ministério da Saúde, o infectologista enfatiza que elas não retratam a realidade do idoso: "Umas das propostas é de que coloquem pessoas que, de certa forma, tenham representatividade e que, acima de tudo, enfrentam os mesmos problemas, porque não adianta colocar uma mensagem que eles não se identificam".
Outra situação em que a terceira idade é considerada o segundo grupo de risco é o fato deles não terem o hábito de utilizar preservativos. O médico diz que na época em que os idosos eram jovens a camisinha era usada apenas para prevenir gravidez, não existia a preocupação com o HIV. Por causa disso, esta parcela da população acabou se tornando vulnerável à doença.
Com a terceira idade mais ativa sexualmente, devido aos medicamentos existentes no mercado, o quadro veio a se co mplicar. Não pelos remédios, mas pelas situações que eles geram. "Eles não têm o costume de fazer uso do preservativo e com a possibilidade de serem ativos acabam se contaminando", afirma.

Esses fatores, para o médico, são extremamente preocupantes, já que eles serão grandes responsáveis pela estimativa de que a terceira idade virá a ocupar um lugar desfavorável dentro dos grupos mais propensos a serem portadores do HIV. Por isso, Gorinchteyn ressalta a necessidade do assunto ser abordado de maneira séria e abrangente.

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